Notícias aleatórias do Arquivo O cérebro transforma palavras em imagens
04.04.2015
Ao aprender novas palavras, nosso cérebro muda de ler letras para perceber a palavra como uma única imagem visual, pesquisadores da Universidade de Georgetown chegaram a essas conclusões. Seu experimento envolveu 25 pessoas que foram solicitadas a aprender um conjunto de palavras sem sentido especialmente criadas. Em paralelo, com a ajuda da ressonância magnética funcional, o trabalho do cérebro foi monitorado. Descobriu-se que, à medida que o absurdo verbal proposto foi aprendido, a atividade dos neurônios mudou. Ou seja, a princípio eles perceberam a nova palavra como algo incompreensível, constituído de caracteres separados, mas depois se tornou familiar, e foi incluída no dicionário como uma única "imagem".
Por muito tempo acreditou-se que o reconhecimento de texto no aparelho neural ocorresse por carta. À primeira vista, é assim que deve ser, porque as palavras consistem em letras, e nós mesmos aprendemos a ler, analisando o que está escrito letra por letra. No entanto, em 2009, na revista Neuron, Maximilian Riesenhuber e seus colegas publicaram um artigo descrevendo a atividade da região do córtex visual esquerdo, que reconhece as palavras de forma imediata e completa. (A propósito, a área simétrica no córtex visual à direita é responsável pelo reconhecimento facial.) É claro que imediatamente surgiu a questão de como o "dicionário visual" é formado. Era aí que as palavras inventadas eram necessárias, que os participantes do novo experimento tinham que aprender.
Como resultado, os neurocientistas puderam ver como os neurônios visuais aos poucos se sintonizam com uma nova visão do texto, como se dá a transição da leitura por letras para o reconhecimento da palavra como um todo. Obviamente, isso agiliza e facilita a leitura – além de reconhecer rostos como um todo, e não por características individuais, ajuda a reconhecer rapidamente outra pessoa e facilita a comunicação.
Novos dados podem ajudar as pessoas que têm problemas neurológicos com a leitura. Acontece que o cérebro simplesmente não é capaz de aprender palavras pelo método usual de ortografia, como uma sequência de letras. E então, talvez, um método em que a ênfase não fosse nas letras, mas na palavra como uma única imagem visual, seria muito útil. Talvez, estimulando a zona correspondente do córtex visual, possamos obter grande sucesso no aprendizado de línguas estrangeiras. É verdade que, além de escrever, você também precisa saber a pronúncia das palavras, mas para isso você já precisa recorrer a outras partes do cérebro - aquelas responsáveis pela percepção e análise dos sons da fala.
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